segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Clichês ainda emocionam


The Blind Side é o nome do filme americano que traduzido para o português significa O Lado Cego. Mas, como a maioria dos brasileiros têm a mania de não traduzir exatamente o significado dos títulos dos filmes, The Blind Side está nas videolocadoras, traduzido e intitulado como: Um Sonho Possível; e dessa vez, o nome até que caiu bem.

Com um elenco espetacular e baseado em fatos reais o filme é um drama protagonizado pelo ator Quinton Aaron (Michael Oher, o big Mike) e como personagens secundários os atores Tim McGraw, Sandra Bullock e Jae Head. Mike é um garoto fora dos padrões de beleza e padrões de vida. Um negro, alto, obeso, semi-analfabeto, pobre e de família desestruturada, o rapaz de aproximadamente 16 anos tem uma mãe viciada em drogas, um pai que saiu de casa quando Mike ainda era pequeno e irmãos perdidos pelos caminhos da vida.

Uma história bastante clichê e que ainda consegue emocionar. Fiquei os 128 minutos do filme torcendo para que o garoto conseguisse alcançar seus objetivos. E pasme, ele alcançou. Mike ganhou uma bolsa de estudos em uma escola por ter um bom porte físico para jogar futebol americano, mas para poder entrar no time, teria que obter boas notas.

Em meio aos preconceitos e à exclusão dos colegas da escola, big Mike enfrentou dificuldades para aprender e assimilar as disciplinas e até mesmo a entender as regras do futebol americano. O rapaz só possuía as roupas do corpo, sem lugar para dormir, pessoas para conversar e debaixo da chuva num dia frio, Anne Thouhy (Sandra Bullock), mãe de um garotinho que estudara na mesma escola de Mike, ao vê-lo nessas condições, decide levá-lo para a própria casa e emprestar o sofá para Mike dormir.

Mike foi adotado legalmente por essa família que o incentivou a estudar. O rapaz buscou apoio na escola, uma professora particular e as melhoras nas notas apareceram e refletiram diretamente no esporte, que melhorara a cada dia.

A história se desenrola, o garoto alcança a média, consegue jogar futebol, torna-se o melhor do time e, adivinhe? As melhores universidades dos EUA foram atrás deste fenômeno do futebol americano. Michael decide por estudar em Tennessee e a família promete comparecer a todos os jogos.

O garoto negro, alto, obeso, não mais analfabeto, não mais pobre, não mais de família desestruturada, desestrutura os padrões e mostra que Um Sonho é Possível.



sábado, 11 de dezembro de 2010

Presente básico

Acho fascinante entender o pensamento das pessoas. A maioria me surpreende! E é disso que mais gosto. Faz uma semana mais ou menos, eu estava conversando com minha madrinha e prima sobre as datas festivas e inclusive, essa prima faz aniversário um dia depois do Natal. A pauta eram os presentes e as festas de fim de ano.

Mas nessa conversa, o que me chamou atenção foram os presentes. Essa minha prima tem tudo que se possa imaginar.

Então imaginem: Um guarda-roupas para nenhuma mulher colocar defeitos, apenas cobiçá-lo. As roupas são organizadas por cor, são centenas de sapatos, um de cada tom, um para cada ocasião, alguns ainda intactos – nunca utilizados. Acessórios, jóias, bijuterias, roupas de festa, de praia, de sair, de ficar em casa, roupas para noite, para o dia, para fazer volume no guarda-roupas. Bolsas, chapéus, lenços, cintos, perfumes, hidratantes para o rosto, outros para o corpo. Maquiagens, livros, fotografias, quadro. Uma
cama de casal espaçosa, fofa e aconchegante.

Como presenteá-la no Natal e no aniversário, que é dia 26 de dezembro? Essa pergunta eu fiz a ela. E então veio a surpresa: Quero uma cesta básica. Como assim prima?

E ela continuou: cada um que me perguntar o que eu quero ganhar este ano, eu vou dizer: uma cesta básica, talvez fraldas. Vou doar aos que precisam.

Achei a ideia mais que genial. E me sensibilizou. Muitos já devem ter tido a mesma ideia e até devem praticar, mas confesso, eu nunca tinha pensado dessa forma. Sempre tem alguma coisa que preciso, que estou namorando na vitrina, alguma peça de desejo. E assim acontece com a maioria das pessoas, que esperam o ano todo para quando enfim chegarem as datas festivas e pedirem o presente que tanto se quer.



Ela tem muita coisa. Mas eu também tenho. Você também tem. O que mais podemos querer? Ah! A gente sempre quer! Mas, podemos pedir, a pelo menos uma pessoa que seja, para que o presente deste ano seja uma cesta básica. Essa atitude pode salvar o Natal de uma família.

Nessa época do ano há tantas campanhas de arrecadação de roupas, alimentos, brinquedos. Participem, façam uma limpeza em suas casas, comecem o novo ano sem as tralhas e entulhos que só fazem volume. Montem a sua própria cesta básica. Coloque nela o que seu bolso permite e presenteie aquele que precisa. Só não deixe de fazer.


Incluam em suas listas de presente: pelo menos um presente básico para fazer alguém necessitado feliz. Passe a ideia adiante.

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Tropa de Elite saiu das telas e entrou em cena


A violência do Rio de Janeiro é vendida no mundo inteiro

“Abaixando a Máquina: Ética e dor no fotojornalismo carioca” é o título do
documentário brasileiro, dirigido por Guillermo Planel e Renato de Paula. A película possui 65 minutos de duração. O trabalho retrata a realidade dos profissionais que atuam como fotojornalistas e convivem com a dor, a violência diária do Rio de Janeiro, o registro das situações e a publicação do olhar sensível do fotógrafo para a população leitora.

O documentário conta com depoimentos fortes de fotojornalistas que arriscam a vida para buscar a imagem mais próxima da realidade, que consiga retratar os fatos, mostrar sentimentos e o contexto em que ela foi tirada. O fotojornalista traz o leitor para perto dos acontecimentos, por meio de imagens. O documentário também conta com cenas chocantes, em que os profissionais se deparam diariamente com a violência no Rio de Janeiro para registrá-la. No longa metragem, não me lembro de uma entrevista se quer de um fotógrafo sorrindo.

Esses profissionais acompanham operações policiais, ficam entre tiroteios, registram enterros, crianças e adultos armados, pessoas baleadas e ensanguentadas e quando chegam à noite em casa, precisam dormir e muitas vezes cuidar dos próprios filhos, socializar, sorrir. É o contraste de duas realidades. Durante o dia ficam entre a vida e a morte, durante à noite se aconchegam em casa, protegidos da violência e no conforto da família.

Um exemplo dessa realidade é a guerra que está acontecendo entre policiais e bandidos cariocas, que desde o fim de semana passado entraram em confronto. De um lado os policiais da UPP (Unidade de Polícia Pacificadora) e do outro, incontáveis criminosos que estão atacando a população do Rio de Janeiro, em protesto às UPPs que vem se instalando na periferia do Rio. Bandidos foram presos, civis mortos, policiais feridos, balas perdidas, ônibus e carros incendiados.

O país está sabendo dos acontecimentos, em tempo real, por meio de imagens registradas pelos fotógrafos. Essas imagens passam a dor, o sofrimento, o desespero e a dimensão da guerra, porque os próprios fotógrafos estão no meio do contexto. Arriscando a vida. Enquanto as pessoas correm para se proteger, os fotógrafos entram em cena para cobrir o episódio. E assim trabalham diariamente. A realidade que o Estado está vivenciando lembra muito o filme Tropa de Elite, em que o Bope (Batalhão de Operações Especiais) tem o desafio de pacificar a cidade que é ocupada pelo crime. A UPP entrou em cena. Invadiu as favelas e inspirada ou não no filme, quer acabar com a criminalidade. E a mídia quer divulgar.

Onde fica a ética do veículo de comunicação que emprega esses jornalistas, e que antes de qualquer ideologia é uma empresa? A foto tem que ser rentável. O fotógrafo busca o olhar mais próximo da realidade. A empresa publica. Vende. Onde fica a ética desses jornalistas que levantam a máquina para fotografar o enterro de um bebê recém nascido e que no outro dia o pai dessa criança abre o jornal e se depara com a exposição? O enterro do próprio filho não foi respeitado. A dor da família, o silêncio e o luto são invadidos pela mídia que precisam vender a verdade, os acontecimentos e gerar lucro. Como pode existir ética onde existe dor? Ética respeita a dor.

Uma frase é citada no documentário e resume a essência de um jornalista ético. “O jornalismo é o exercício diário da inteligência e a prática cotidiana do caráter” (Cláudio Abramo, jornalista).

Clic: Marcos Tristão

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Aposentado

Hoje, enquanto bebia cerveja num bar e jogava conversa fora com dois amigos, passou a pé e com passos rápidos, um senhor de aproximadamente 70 anos, cabelos e barba branca. A barba era comprida. A barriga era grande. No calor da conversa com os amigos eu logo fui dizendo - “Ho ho ho”.

Certamente aquele senhor me fez lembrar o papai Noel. Aquele bom velhinho, barrigudo, com cabelos e barba branca, com a voz doce e o colo aconchegante. Aquele que todo dia de Natal presenteia a família e simboliza a data festiva. Ou, pelo menos, por algum tempo, foi símbolo do Natal.

Lembro-me que quando eu era criança, nos reuníamos na sala da casa da minha avó, ficávamos em torno da árvore de natal, que se perdia entre tantos presentes. Meu avô sempre decorava a casa inteira. Até no banheiro havia enfeites de Natal. O presépio era ele mesmo quem construía. Luzes piscavam e alegravam a criançada.

Na hora da entrega dos presentes, chegava o Papai Noel. Seja lá quem estivesse com as vestimentas dele, era, com certeza, para todas as crianças, o Papai Noel de verdade. O tão esperado velhinho que entregaria os presentes.

Essas festas aconteceram no século passado, na década de 90,quando eu era criança. Hoje em dia, na minha família ainda há crianças, mas nenhuma delas espera pelo velhinho. Chega o dia de Natal e elas exigem dos pais o celular ou o videogame mais atual.

Bom mesmo foi viver no século passado... Embora, eu ainda espere todo ano pelo velhinho – que não chega mais.

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Você conhece o Mario?

O escritor Mario Vargas Llosa é o mais novo ganhador do Nobel de Literatura 2010

O que todo mundo almeja na carreira profissional é ganhar dinheiro fazendo o que gosta. Tanto é o prazer da profissão, que aos 74 anos, o escritor peruano Mario Vargas Llosa ainda não se aposentou. Tanta é a dedicação que o escritor também é o vencedor do Prêmio Nobel de Literatura 2010. Além do reconhecimento que o prêmio proporciona, Llosa engordou a conta corrente somando cerca de R$ 2,7 milhões.



O prêmio foi divulgado nesta quinta-feira (7), às 8h e após uma década que a língua espanhola não levava o prêmio, o peruano Llosa surpreendeu. Segundo a Academia Sueca, a cartografia das estruturas de poder e as imagens mordazes da resistência da revolta e da derrota do indivíduo foram os motivos que levaram o prêmio até Llosa. Dez anos atrás, em 1990, quem levou o Nobel foi o mexicano Octávio Paz.