segunda-feira, 27 de setembro de 2010

São só saudades. Como se fosse pouco..

Era terça-feira de carnaval, do ano 2004. Lembro como se fosse ontem. O dia estava lindo, o sol queimava e ardia como os dias quentes típicos de verão em Florianópolis.

Eu e meu irmão, na época ainda éramos amigos, fomos para a praia da Barra da Lagoa, ainda de manhã. Passaríamos o dia lá e à noite curtirmos alguma festa de carnaval. Mas não saiu como planejado.

O celular tocou de tarde. Era meu pai. Ele disse com uma voz trêmula, mas querendo passar tranqüilidade. E veio a notícia. Minha mãe havia sido internada no Hospital de Caridade as pressas. Passava mal e a pele estava amarelada. Parecia que tinha sido tingida com tinta. Suspeitavam de hepatite.

Naquele dia ela dormiu no hospital. E no outro também.. e não sei mais quantos ela precisou dormir lá, até diagnosticarem um câncer no fígado.

Foram cirurgias, idas e vindas de hospitais. Sessões de quimioterapia, viagens à Curitiba, melhoras e recaídas. Ganha e perda brusca de peso. Sorrisos e lágrimas. Três anos de luta se passaram e ela se foi em um lindo dia de sol quente de verão, no dia 22 de janeiro de 2007. Se foi como um anjo sereno.

Lá, naquele dia de sol em 2004 que eu iria curtir minha terça-feira de carnaval, mudou completamente o sentido da minha vida, sem ninguém me perguntar ou me preparar.

Hoje me sinto só e cheia. Cheia de saudades e ensinamentos.

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